quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Crítica: As Melhores Coisas do Mundo

Best things of the fucking world


Filmes que abordam a adolescência tem aos montes, pois é um tema que dá pra andar por quase todos os gêneros. Por outro lado, não são todos que conseguem retratar esse "universo juvenil" de maneira convincente e verossímil. Não é um trabalho fácil, reconheço, mas não justifica o fato de que muitos filmes preferem abordar uma juventude clichê, sem mostrar a realidade adolescente como ela é. Felizmente, isso não se encontra em As Melhores Coisas do Mundo.

Inspirado na série de livros Mano, de Gilberto Dimenstein e Heloísa Prieto; e dirigido por Laís Bodanzky (Bicho de Sete Cabeças, Chega de Saudade), o filme conta a história de Hermano, um garoto de 15 anos que precisa encarar os problemas comuns da adolescência e ainda tem que acompanhar a separação de seus pais. Se apaixonar, ter desejos, querer conhecer coisas novas, sentir medo, agir sem pensar, pensar demais e não agir... Isso é o que o adolescente faz, e Mano faz exatamente o mesmo. Nada de apelação, o filme apresenta personagens que podem ser encontrados em qualquer lugar.


Para aproximar ainda mais o filme da nossa realidade, a equipe recebeu a ajuda de adolescentes para ilustrar mais a mente dos adultos responsáveis pelo roteiro e direção, adicionando situações e diálogos do cotidiano. Isso sem falar do elenco juvenil, que além de corresponder corretamente com as idades, os atores conseguiram surpreender com atuações que beiram a realidade. E o elenco adulto caminha junto.

É certo que as gerações mudam, as tendências são outras, os costumes se modificam. O filme utiliza a linguagem moderna da juventude atual, mas também passeia pelo rústico, pelo clássico. Uma hora o blog fica para trás, e o diário à mão ganha destaque. E nada melhor que Beatles para musicalizar essa transposição.

Não se engane em achar que o longa fica apenas em abordar as alegrias e decepções dos adolescentes. É maior do que parece ser. É um filme leve, mas carrega um peso nas costas, e em determinados momentos joga no telespectador. E a certeza disso é quando o título do filme se torna uma ironia.


Eu nunca tinha assistido um filme brasileiro no cinema, e confesso que nos últimos anos nenhuma produção nacional me despertou interesse para pagar um ingresso (isso não significa que nenhum valesse a pena). Foi uma alegria poder começar com este filme excelente, um dos que mais pude me identificar assistindo. Um retrado da nossa juventude – e da vida, porque não? – e tudo que há de melhor e pior nela.





Nome original: As Melhores Coisas do Mundo
Ano: 2010
Duração: 107 minutos
Direção: Laís Bodanzky
Roteiro: Luís Bolognesi
Elenco: Francisco Miguez, Gabriela Rocha, Denise Fraga, José Carlos Machado, Caio Blat, Gabriel Ilanes, Fiuk, Gustavo Machado, Paulo Vilhena

Imagens: divulgação

Crítica: Karatê Kid

Pick up your jacket


Todo mundo conhece o Sr. Miyagi e o exercício de pintar a cerca que ele passava para o jovem Daniel. Todo mundo conhece e gosta desse filme, que ficou eternizado como um dos maiores clássicos da época áurea da Sessão da Tarde. E não só: o filme também fez sucesso lá fora, de público e crítica, colocando Pat Morita, o Sr. Miyagi, entre os indicados ao Oscar de melhor ator coadjuvante daquele ano. E é claro que com essa onda de remakes que inunda a Hollywood atual, Karatê Kid não iria escapar. E é uma grata surpresa que seu remake seja um excelente filme, ao contrário do que acontece com a maioria dos remakes.

A história não é novidade: pra conseguir respeito dos valentões da escola e da família da garota, o garoto, Dre (Jaden Smith), tem aulas de Kung Fu com o Mr. Han (Jackie Chan), o homem da manutenção. “Kung Fu”? Hã? É, apesar de manter o karate no nome, a arte marcial usada nesse é o kung fu, já que a trama se mudou para a China. Mas por quê diabos a China? Explico.



A China é o país que mais cresce no mundo, já é a segunda maior economia no planeta, atrás apenas dos EUA. E os EUA, ainda sofrendo com a crise financeira, depende da China, já que os americanos importam bastante da China, por conta do custo menos elevado em comparação a outros centros de importação (Cabe aqui um parênteses: torçamos pra que os EUA não quebre, já que a China importa muita matéria-prima brasileira na fabricação dos produtos que exporta aos EUA, seu maior comprador. Ou seja: se os EUA pararem de comprar da China, os chineses também diminuirão a compra de matéria-prima brasileira, o que causaria um grande impacto negativo em nossa economia). A China, por sua vez, precisa de propaganda, para atrair outros importadores e turismo, pra movimentar sua economia. E não só isso: a China também precisa de mão-de-obra especializada, vinda de fora, então nada melhor que fazer um filme que mostre uma China receptiva a estrangeiros. Um detalhe que mostra essa preocupação do filme é a quantidade de crianças estrangeiras na escola, o que nos leva a crer que seus pais se mudaram para o país vermelho para trabalhar. E foi justamente o que aconteceu com a mãe de Dre (interpretada pela sempre interessante Taraji P. Henson).

E o filme acerta ao dispensar certas explicações, que só inchariam o filme e que são realmente dispensáveis, por exemplo: qual o trabalho da mãe de Dre?, onde está o pai do garoto? etc. E o diretor Harald Zwart (A Pantera Cor-de-Rosa 2) e os roteiristas também mostram inteligência ao dispensar explicações para a rivalidade entre o Mr. Han e o professor da escola de kung fu, mostrando que os dois já se conheciam e que têm pensamentos diferentes sobre a arte marcial apenas pelos olhares trocados pelos dois, contando, aqui, com as atuações de Yu Rong Guang e Jackie Chan.



E falando nele, o astro de Police Story mostra que, diferentemente do que muitos pensavam, ele não é apenas um cara que faz filmes de luta e comédias, mas sim um grande ator. Apesar de não chegar na força de Pat Morita no primeiro Karate Kid, Jackie Chan tem uma atuação firme e segura e mostra um surpreendente e imenso talento em uma cena mais forte (alguns críticos estadunidenses estão afirmando que Chan merece uma indicação ao Oscar; talvez seja exagero, mas devido à escassez de candidatos, quem sabe?). O outro destaque fica para Jaden Smith, filho de Will Smith (que produziu o filme). O garoto mostra com talento o descontentamento de se mudar para um país com uma cultura completamente diferente, sensibilidade em uma cena em especial com Jackie Chan, uma química ótima com Chan e uma grande entrega física. Além de mostrar desenvoltura nas coreografias das lutas, Jaden ainda protagoniza uma cena ao melhor estilo Jean-Claude Van Damme (você vai saber que cena é essa quando a vir).

A trilha sonora de James Horner também merece destaque, tanto a instrumental, que se mostra acertada tantos nas cenas de luta, na cena de fuga ou nas cenas mais sentimentais; quanto as músicas escolhidas, que vão de AC/DC a Lady Gaga. O ponto baixo fica para a música dos créditos, Never Say Never, cantada por Justin Bieber e Jaden Smith (não é perseguição, juro!), mas vale acompanhar os créditos, que exibe fotos da produção, o que mostra que Will e Jada Pinkett Smith acompanharam de perto o filho Jaden durante o filme.

Essa versão de 2010 não chega a ser melhor que o filme de 1984, mas consegue chegar ao mesmo patamar. E tem uma vantagem sobre o original: em beleza coreográfica, o kung fu é muito melhor que o karate. Apesar da longa duração (135 minutos), em momento nenhum o filme soa cansativo ou arrastado, graças a bela direção de Zwart, a trilha sonora, a direção de arte e as paisagens chinesas, ainda mais bonitas com a fotografia de Roger Pratt. Já que Hollywood não deve parar tão cedo com os remakes, fica a torcida para que, de agora em diante, surjam mais remakes dignos, como esse Kung F… digo, Karatê Kid.





Nome original: The Karate Kid
Ano: 2010
Duração: 135 minutos
Direção: Harald Zwart
Roteiro: Christopher Murphey e Robert Mark Kamen
Elenco: Jackie Chan, Jaden Smith, Taraji P. Henson, Wen Wen Han, Zhenwei Wang, Yu Rong Guang

Imagens: divulgação

domingo, 8 de agosto de 2010

Crítica: A Origem

O labirinto, o trem e o elefante


Christopher Nolan é um dos melhores "extratores" que conheço.

Ele desenvolve aqui um dos seus melhores trabalhos. Não, esse não é apenas um filme, é um labirinto, o mais hipnótico labirinto construído pelo cineasta.

O filme logo triunfa por conseguir um feito: a integral atenção da platéia. Era visível a concentração dos espectadores, com olhos vidrados na tela, deixando de lado os comentários corriqueiros numa sala de cinema e suas guloseimas. Todos focavam-se na película.

O visual do filme é impecável. O excelente trabalho de fotografia e a poderosa trilha de Hans Zimmer nos conduzem pela história que vai se desenvolvendo de forma natural. As informações estão lá, ditas ou interditas, basta apenas prestar atenção. Tudo é no momento certo e a partir daí o filme cresce.


Conforme estudamos os personagens e as situações a quais eles são submetidos, percebemos que o truque está acontecendo é conosco. Nós somos o experimento. A cada camada de sonho, a cada acontecimento, temos aquela sensação claustrofóbica que vai ficando cada vez mais evidente, e quando o clímax explode é aquele momento em que os ombros encolhidos voltam ao normal e nos recostamos na poltrona.

Nolan brinca com a mente de seu público. Ele vai implantando as informações e cabe a nós extraí-las de nós mesmos.

O elenco do filme está brilhante. É notável a entrega de cada um para o personagem. A equipe é coesa, todos tendo a chance de marcar presença na história.

Enfim, este é o filme do ano. Ouso até dizer que é um dos melhores filmes dos últimos tempos.

Obrigatório. Sem mais.





Nome original: Inception
Ano: 2010
Duração: 148 minutos
Direção: Christopher Nolan
Roteiro: Christopher Nolan
Elenco: Leonardo DiCaprio, Ellen Page, Joseph Gordon-Levitt, Marion Cotillard, Ken Watanabe, Tom Hardy, Cillian Murphy, Tom Berenger, Dileep Rao, Michael Caine, Lukas Haas, Pete Postlethwaite

Imagens: divulgação

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Bandeira 2 #01 - Kick-Ass: Quebrando o Verbo


Pois é, esta é uma novidade do Motoristas de Táxi: o podcast Bandeira 2! Depois de tanto tempo de planejamento, finalmente vai ao ar a primeira edição!
E para estrear esta nova atração, Felipe Reznor, Levy Bianchi, e os amigos do blog Dica dos Nerds Edinho Junior e Rafah diAlmeida conversam sobre a HQ e o filme KICK-ASS - QUEBRANDO TUDO!

Como surgiu essa graphic novel que se tornou um fenômeno entre os leitores de quadrinhos? Quais foram os desafios da equipe de produção da adaptação pro cinema? E as diferenças entre o filme e a HQ? Conheça a trilha sonora, o elenco e muito mais nesse bate-papo nerd!

ATENÇÃO: O PROGRAMA CONTÉM SPOILERS DOS QUADRINHOS E DO FILME

Duração: 76 min

Críticas do filme:
por Alailson de Melo
por Levy Bianchi

Ouça o podcast clicando abaixo no botão play.
Ou se preferir, clique em download para ter o arquivo no formato MP3.


DOWNLOAD (Arquivo zipado, em alta qualidade)


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Vinheta de Os Vingadores

O teaser/vinheta de Os Vingadores, exibido na Comic-Con 2010, está online na internet. Trata-se apenas de uma narração em off de Samuel L. Jackson, e a exibição do logo do filme.

"E então chegou um dia... Um dia como nenhum outro... Em que os maiores heróis da Terra se viram unidos diante de uma ameaça em comum... Para combater os vilões que nenhum super-herói poderia enfrentar sozinho... Naquele dia, os Vingadores nasceram", diz o vídeo.





Os Vingadores (The Avengers) tem sua estreia marcada para 4 de maio de 2012. Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), Chris Hemsworth (Thor), Chris Evans (Capitão América), Samuel L. Jackson (Nick Fury), Viúva Negra (Scarlett Johansson), Agente Coulson (Clark Gregg), Mark Ruffalo (Bruce Banner/Hulk) e Jeremy Renner (Gavião Arqueiro) formam o elenco.
A direção é de Joss Whedon.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O que ainda veremos no cinema em 2010?

Permeado pela descomunal - e não muito saudável - expectativa para a estreia do filme A Origem, de Christopher Nolan, decidi fazer uma lista com os filmes já com estreia marcada até o fim do ano e que estão gerando alguma expectativa em mim ou que estão com uma hype grande, seja pelo sucesso lá fora ou pelo marketing ou pelo elenco.

Pra te ajudar ainda mais, coloquei até as datas de estreia de cada filme. Mas há de se dizer que elas podem mudar a qualquer instante, dependendo da boa vontade de sua respectiva distribuidora.

Também é preciso ser dito que alguns filmes ainda têm uma data de estreia ainda obscura aqui no Brasil, como Splice, por exemplo, promissor filme com Adrien Brody. Ou o famigerado Piranha 3D.

E é claro que tomei a liberdade de privá-los de filmes como Os Vamprios Que Se Mordam, 400 Contra 1, Como Cães e Gatos 2, Par Perfeito, A Fera...

Antes de ir aos filmes, como separei 17, esse post ficaria muito extenso, por isso o dividirei em duas partes. A primeira, posto agora. A segunda… depois. E se eu lembrar de algum nesse meio-tempo (ou se for lembrado por alguém), o colocarei na segunda parte.

Agora, ei-los:

Meu Malvado Favorito
Essa animação da Universal Pictures conta a história de Gru (voz de Steve Carell), um cara metido a vilão, que para provar toda sua vilania, pretende roubar a lua. No meio do caminho, ele tem que lidar com três órfãs, que o veem como um pai e não como um supervilão. Bastante elogiado nos EUA, foi comparado a alguns filmes da Pixar, mas não deve brigar pelo Oscar de Animação.

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Estreia dia 6 de agosto.


A Origem
Novo filme de Christopher Nolan, o diretor que reviveu o Batman nos cinemas, além de ter feito o espetacular O Grande Truque. Na trama, Leonardo DiCaprio é um ladrão de segredos do inconsciente durante o sono das pessoas, chamado de extrator. Usado na espionagem industrial, ele é um fugitivo internacional, mas tem sua chance ao receber uma tarefa impossível: ao invés de extrair, inserir uma ideia.

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Estreia dia 6 de agosto.


Os Mercenários
Grupo de mercenários numa missão contra um ditador em um país da América Latina. Isso é o menos importante. O importante é a aura dos filmes de ação dos anos 80, tanto pela ação, quanto pelo elenco. Elenco, esse, encabeçado pelo também diretor e roteirista Sylvester Stallone, que também tem: Bruce Willis, Mickey Rourke, Jason Statham, Jet Li, Dolph Lundgren, Steve Austin, Terry Crews e participação de Arnold Schwarzenegger. Sly, como todos nós, também lamenta a não-presença de outros astros dos filmes de ação oitentistas como Jean-Claude Van Damme, Steven Seagal, Chuck Norris… Ah, várias cenas foram rodadas no Brasil.

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Estreia dia 13 de agosto.


Um Jantar Para Idiotas
Mais um remake, dessa vez de um filme francês, o Jantar dos Malas. A comédia traz o subestimadíssimo Paul Rudd no papel de Tim, um cara que espera ser promovido, e para isso aceita participar de um hobby de seu chefe: um jantar para pessoas especiais. O problema é que ele não conhece ninguém desse tipo, até que atropela Barry (Steve Carell).

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Estreia dia 20 de agosto.



Karate Kid
Um dos maiores clássicos da Sessão da Tarde ganha seu remake. O mítico Sr. Miyagi do clássico (foi indicado ao Oscar de Ator Coadjuvante, sabia?) é substituído por Jackie Chan. Ele mesmo! E o aprendiz é o filho de Will Smith, Jaden Smith. Também bastante elogiado lá fora.

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Estreia dia 27 de agosto.




Resident Evil 4 – Recomeço
Quarto filme da franquia que pulou dos videogames para os cinemas. Na história, Alice (Milla Jovovich) continua em busca de sobreviventes e segue uma pista até (claro) Los Angeles, mas pode estar caindo (claro, de novo) em uma armadilha. A novidade é que foi rodado em 3D, com as câmeras criadas por James Cameron para Avatar. O pouco mostrado na Comic-Con desse ano fez sucesso entre os presentes.

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Estreia dia 17 de setembro.


Wall Street – O Dinheiro Nunca Dorme
Continuação do filme de 1987, também dirigido por Oliver Stone. Após Gordon Gekko (Michael Douglas, que ganhou o Oscar por esse papel no primeiro filme) sair da prisão, ele encontra o mercado americano quase em um colapso, com a crise financeira. E tenta se aproximar de sua filha, interpretada por Carey Mulligan, que está noiva de um jovem corretor, o quase onipresente Shia LaBeouf.

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Estreia dia 24 de setembro.


A Lenda dos Guardiões
Corujas vivem tranquilamente na floresta de Tyto, até o dia em que seu reino é ameaçado por um mal terrível. Sim, as corujas falam. Baseado na série de livros infantis escrita por Kathryn Lasky. E a direção é de Zack Snyder, que dirigiu Watchmen e 300. Animação em 3D.

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Estreia dia 8 de outubro.





Mais uma vez: as datas de estreia podem mudar a qualquer instante sem aviso prévio, fique atento. E 3D é perfumaria.
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