Pokémon foi uma das séries animadas que mais fez sucesso em todos os tempos. Começou no videogame, ou melhor, no Game Boy, lá em 1996. Eram os RPGs Pokémon Red e Pokémon Green. Um sucesso estrondoso, que originou outros jogos e o anime, que consolidou de vez Pokémon como uma marca, um nome próprio. Qualquer pessoa que viveu a infância/adolescência nos anos 90, com acesso à TV, conhece e gosta de Pokémon. Ou melhor, ama Pokémon. E esse sou, um amante de Pokémon. Tanto pelo anime quanto pelos jogos. E pelos filmes, ou melhor, pelos três ou quatro primeiros filmes. O fato é que a ganância e o não saber onde parar, fizeram com que Pokémon se estragasse, gradativamente. Após uma primeira temporada perfeita, uma segunda ótima e uma terceira ok, a série desandou. Mas isso é papo pra outro texto, pois esse aqui é sobre o filme, o primeiro, Mew vs. Mewtwo (ou Mewtwo Contra-Ataca), lançado em 1998 (aqui no Brasil só em 2000), quando a segunda temporada se inciava lá fora, mas aqui, no Brasil, era o meio da primeira temporada.
E antes de começar a analisar o filme, alguns fatos: se você parar pra ver o filme sem conhecer a série, não vai gostar. E é fato isso, o filme não se vale sozinho. Aliás, analisando friamente, o filme é ruim. Muitos discursos desnecessários, repetições e erros na dublagem (no monitor aparece o Scyther e a equipe Rocket fala Alakazam, mas aqui o erro fica todo na conta do estúdio de dublagem brasileiro). Se eu fosse analisar friamente, como alguém que nunca assistiu à série, a nota seria 2/5, isso sendo bonzinho. Mas é impossível desconsiderar a série, que foi parte importante na minha infância, acompanhou meu crescimento. Ou desconsiderar os jogos, que roubaram tantas horas da minha vida, que se fosse calcular, chegaria a meses jogando Pokémon. Portanto, se você nunca jogou os RPGs ou nunca assistiu à série, aconselho a não seguir lendo, pois falarei na linguagem do filme. Serei anti-ético pela primeira vez.
O filme conta a história do Mewtwo (Guilherme Briggs), um pokémon criado em laboratório pela Equipe Rocket. Mewtwo é um clone de Mew, um lendário pokémon e considerado o mais forte que existe. A Equipe Rocket conseguiu extrair DNA de fósseis do Mew e fez o clone. Mas Mewtwo acabou se tornando muito forte e destruiu o laboratório e se virou contra a raça humana e contra os pokémons que defendem os humanos. Ele se passa por um grande Mestre Pokémon para atrair os maiores treinadores e, assim, clonar seus pokémons e começar a revolução.
O filme é um épico (novamente: para nós, fãs). Todas as grandes batalhas que sempre queríamos ver estão lá (Venusaur! Blastoise! Charizard! Gyarados! Mew! Mewtwo!). É claro que o principal que temos aqui é a questão existencial e os pontos negativos de viver em guerra. Algo repetido à exaustão durante o longa, o que chega a comprometer um pouco o ritmo, mas algo completamente relevante, se levarmos em consideração a intensidade e a emoção que permeiam todo o longa.
A Equipe Rocket foi sub-usada, o que é bom, pois o uso em excesso deles para alívio cômico partiria o filme em dois, o que prejudicaria demais o já quase comprometido ritmo. O ponto alto do filme fica para a batalha entre Mew e Mewtwo, que se anuncia durante todo o longa e a excitação causada por aquela luta é enorme. Um clímax de ação impecável. Já o clímax emocional - e maior do filme - fica por conta de Pikachu e Ash (Fábio Lucindo). Pikachu, ao evitar luta e não desferir um golpe sequer contra seu clone e Ash, ao tentar acabar com aquela luta sem sentido. Alô fã, pode chorar, você está autorizado.
Ao assistir ao filme hoje, era do estúpido politicamente correto, é gratificante ver que nos anos 90 não havia essa preocupação idiota de ser certinho. Mewtwo explode o laboratório com todos os cientistas dentro, sem hesitação. Hoje, se um filme/programa infantil fizer isso, será execrado pelo lado hipócrita da sociedade. Lado hipócrita, esse, cada vez maior, infelizmente. Pokémon e os outros desenhos desses áureos anos 90 e início do século XXI, nunca se preocuparam com politicamente correto, o que explica o imenso sucesso de Dragon Ball, Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco, Shurato, Yu Yu Hakusho, Digimon e tantos outros. Então é uma pena que essa geração seguinte esteja pegando esses desenhos certinhos, veremos o resultado negativo disso daqui a 10, 15 anos, quando eles serão os adultos e, consequentemente, a engrenagem mais forte da sociedade.
O filme foi aos cinemas aqui no Brasil e no Home Video em VHS. Uma edição limitadíssima em DVD em que vinha junto com o segundo filme, Pokémon 2000. E só. Uma pena, pois quem viveu Pokémon, hoje já está trabalhando (a maioria, pelo menos). E a nostalgia sempre vai existir, então o DVD teria boa saída. Uma edição especial de relançamento (em Blu-Ray também, por quê não?) seria vista com bons olhos. Basta a Warner Bros. querer, torçamos para que ela o faça, seria lindo ter Pokémon na prateleira. Enquanto ela não faz isso, a saída encontrada pelos fãs é procurar por essa internet o download do filme...
Nome Original: Gekijōban Poketto Monsutā Myūtsū no Gyakushū/Pokémon, the First Movie: Mewtwo Strikes Back
Ano: 1998
Duração: 75 minutos
Direção: Kunihiko Yuyama
Roteiro: Takeshi Shudo
Elenco de dublagem brasileira: Fábio Lucindo, Guilherme Briggs, Márcia Regina e Alfredo Rollo.
Imagens: Reprodução e divulgação
Concordo com tudo.E na minha opinião, a parte do ash que virou pedra e o pikachu chorando desesperado tentando ajudar (essa parte realmente eu chorei) foi triste sim, mas os pokemons chorando, que demorou um pouco para passar, tirou um pouco a emoção naquela hora (na minha opinião), e o final também, como tudo acaba. O filme tem tanta emoção, tanta ação e drama, e no final o Mewtwo simplesmente resolve que todos são seres vivos e deixa tudo por aquilo mesmo, eu achei meio ruim, pois o filme teve tanta ação drama e etc preparando para ter um final , me desculpe pelo termo mas, para ter um final "fodástico" acabou assim?Mas o resto, o filme tá de parabéns, enquanto a dublagem, não posso falar nada pois assisti o filme somente legendado.Para mim o filme é ótimo e a história é muito boa, eu amei.
ResponderExcluir