quarta-feira, 16 de junho de 2010

Crítica: Carros

Diversão em velocidade equilibrada


Relâmpago McQueen é um famoso carro de corrida e o primeiro estreante a chegar à final de uma Copa Pistão. O sucesso fez com que ele confiasse demais em seu ego, direcionando seus faróis para a fama e o desejado contrato com a equipe Dinoco.
Mas algo inesperado acontece na corrida decisiva do campeonato: Relâmpago empata com os outros dois líderes da temporada, e os três terão que competir numa outra corrida para se ter o campeão. Durante a viagem para o destino da decisão, McQueen acaba se perdendo acidentalmente e indo parar numa outra estrada, levando-o para uma cidadezinha esquecida chamada Radiator Springs.

Essa é basicamente a trama inicial de Carros, 7º longa-metragem da Pixar Animation Studios.


O primeiro desafio do estúdio ao realizar o filme provavelmente foi o de criar uma história num mundo habitado somente por carros e outros automóveis e veículos. Para isso era preciso adaptar vários elementos do nosso cotidiano para que se encaixassem no filme, e foi uma tarefa que se mostrou muito bem realizada pois, junto com os sentimentos, motivações e ações inseridos nos personagens, em muitos momentos esquecemos que o que estamos vendo são máquinas, e não pessoas.

O protagonista Relâmpago, ao chegar em Radiator Springs, é mantido preso pelo xerife da cidade até consertar os estragos causados na estrada pela sua chegada conturbada. Lá ele conhece um companheiro e enferrujado caminhão-reboque chamado Tom Mate, a Porsche Sally, entre outros simplórios moradores da pequena cidade. Aos poucos McQueen desiste de encontrar uma maneira de escapar e passa a ver nos "caipiras" carros que ele aprendeu a chamar de amigos.


A história se preocupa em mostrar a evolução do personagem principal. Enquanto vemos isso, acompanhamos as várias situações divertidas que o filme proporciona, algumas delas envolvendo os moradores de Radiator Springs. Filmore, a Kombi hippie, por exemplo, é dona de algumas das ótimas sacadas engraçadas do longa.

A turma de secundários no geral é bastante divertida. Mate mostra ser um leal e verdadeiro amigo, que conquista facilmente o público. Sally não é lá uma personagem tão interessante, mas funciona bem junto ao Relâmpago.
Outros personagens que conseguem arrancar boas risadas são os italianos Luigi e Guido.


Talvez o filme se torne um pouco cansativo depois de seu segundo ato, por diminuir um pouco o ritmo. Mas não é algo que se sobrepõe, pois a comédia e o drama ajudam a manter o nível até o ato final, onde volta a emoção das corridas.

O filme teve uma participação no Oscar, concorrendo ao prêmio de melhor animação (categoria que a Pixar faz a festa praticamente todos os anos), mas acabou perdendo para o excelente Happy Feet.

A animação ganha pontos por explorar assuntos como amizade, companheirismo e também a redenção de caráter. Carros pode realmente não ter o mesmo impacto que a maioria dos filmes do estúdio têm, mas mesmo assim eu o considero um filme digno da Pixar. Humanizar tão bem elementos inumanos que na visão de muitos têm "vida" é algo que, por si só, já merece meu respeito.





Nome original: Cars
Ano: 2006
Duração: 116 minutos
Direção: John Lasseter, Joe Ranft
Roteiro: Dan Fogelman, John Lasseter, Joe Ranft, Kiel Murray, Phil Lorin, Jorgen Klubien
Elenco: Owen Wilson, Bonnie Hunt, Larry the Cable Guy, Paul Newman, Tony Shalhoub, John Ratzenberger, Cheech Marin, Michael Keaton

Imagens: divulgação

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