terça-feira, 15 de junho de 2010

Crítica: Monstros S.A.

O imcompreendido bicho-papão


Monstros S.A. é a maior fábrica de sustos existente. Localizada em uma dimensão paralela, a fábrica constrói portais que levam os monstros para os quartos das crianças, onde eles poderão lhes dar sustos e gerar a fonte de energia necessária para a sobrevivência da fábrica. Entre todos os monstros que lá trabalham o mais assustador de todos é James P. Sullivan (John Goodman), um grande e intimidador monstro de pêlo azul e chifres, que é chamado de Sully por seus amigos. Seu assistente é Mike Wazowski (Billy Crystal), um pequeno ser de um olho só com quem tem por missão assustar as crianças, que são consideradas tóxicas pelos monstros e cujo contato com eles seria catastrófico para seu mundo. Porém, ao visitar o mundo dos humanos a trabalho, Mike e Sully conhecem a garota Boo (Mary Gibbs), que acaba sem querer indo parar no mundo dos monstros e provoca a expulsão de ambos para o mundo real.

Antes de mais nada, algumas observações: esse filme seria o fator determinante na carreira do estúdio, pois até agora tínhamos a excelente franquia Toy Story e o não tão bom Vida de Inseto, ou seja, Monstros S.A. carregava a responsabilidade de afirmar o talento da equipe que foi capaz de dar vida aos brinquedos.Não bastasse esse desafio, acrescente o então sucesso inesperado de Shrek, animação em computação gráfica produzida pela DreamWorks Animation.




O talento falou mais alto. Em 2001, a Pixar retornaria com uma ponta de ousadia ao divertir sua platéia com um filme protagonizado por... monstros!

Uma proposta que foge completamente dos padrões. Convenhamos: qual estúdio de animação em sã consciência faria um filme sobre as criaturas mais temidas pelas crianças? Será que eles não pensam no público?

Incrível como personagens tão feios e esquisitos conseguem ser tão carismáticos ao mesmo tempo! A justificativa dada para a existência desses monstros no "nosso mundo" é justificável! Cada elemento colabora na crença de que aquilo poderia mesmo existir. Estão lá: a trama bem amarrada, as sequências de ação que remetem a filmes sci-fi, o humor inteligente e bem dosado e a empatia causada pelos personagens. Abrem-se possibilidades para tudo.

Eis que se observa uma louvável característica do estúdio: o repeito por quem aprecia sua obra. Nada de demagogias, escassez de conteúdo ou assuntos limitados. Esqueça a velha lição de moral "querer é poder! acredite em si mesmo!", a Pixar consegue ir mais longe ao conseguir promover uma reflexão. Eles foram capazes de conhecer tão bem seu público e conseguiram com perfeição captar a sua essência: a criatividade e a dúvida. Duas coisas que quando são bem exploradas geram grandes ideias.

Nada é impossível.






Nome original
: Monsters, Inc.
Ano: 2001
Duração: 92 minutos
Direção: Pete Docter, David Silverman, Lee Unkrich
Roteiro: Andrew Stanton, Pete Docter, Bob Peterson
Elenco: John Goodman, Billy Crystal, Steve Buscemi, James Coburn, Jennifer Tilly, Mary Gibbs

Imagens: divulgação

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